Monday 10 April 2017

Feriado Fechado

Feriado Fechado

Imagina-te que tão longe me arrasta esta realidade.
Que outra vez estou aqui, indo buscar-te
E todo treme por dentro
Porque ela não esperava que respondesse à sua chamada.

Hoje me voltará a sacudir o seu sorriso.
E me estremece de medo a minha fragilidade de amor e delicadeza.

A mim já me foram os anos e afligem-me na alma as penas
Atravesso paisagens de luzes, feriados de ruas desertas.


Anuncia-se o comboio a lugar algum, parando em todas.

Tudo rápido, mal feito.
Boas ideias,
Bem pensadas.
Mal rematadas.


Folhas amarelas, de tempo gasto.
Meu cabelo prateado de tempo acabado

(aperta-me o guardanapo)
Falta-me o ar, tenho lembranças e regressões sangrentas.

Adormecido o corpo.
Todo sedado.
Hipnotizado.
Anestesiado

Assim

Me entrego a ti
Frágil
Sensível
Nem tão jovem nem tão grande,
Nem muito mau, nem muito bom.

Humilde e impulsivo
Silencioso e fodido

Se eu não sou
Nem quero ser
Nem quero que me queiram

Pontitos alaranjados ANARKO amarelos no crepúsculo do céu de outono
E eu rompo meus pés de passos correndo a buscar-te.
O fumo enoja-me, turva-me o ser, mas anima-me

Esgotado e rendido
Chego à ultima estação do comboio, que a nenhum lugar me trouxe.

E sempre tu, aí, esperando.
A sonhar comigo.

Teu sorriso

Tão doces os teus olhos.

Não duvido e entrego-me por completo
Coração, corpo e momento.

Eterno o meu amor, numa caixa frágil dourada guardada.

Meu espirito manifesto
Minhas artes
Meus mais doces escritos e palavras
Toda a nossa história nas minhas retinas a tinta gravadas.

SOS a ultima paragem onde este ansiado comboio me leva.

SOS a primavera

Que pela primeira vez na minha vida
Agraciada no outono espera-me

SOS
A ultima estação e vou chegando
(subi ao primeiro vagão para caminhar menos e baixar mais rápido)
Coberto em tranquilos ponchos caminho em penumbras o mesmo cominho irreconhecível.
Irrecorrível
Todo o pulso frio de medo
Porque não sei que passe quando voltar a ver-te
Porque me afastei tan-to/ton-to/tão longe?
Na berma do meu pensamento, repousa como água à espera de afogar-se.
Uma pena que apena.
Tudo isto
É tão duro
Como para rápido superar-se

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